Indo direto ao ponto, cervejas puro malte são aquelas que possuem apenas o malte como fonte de açúcar, ou seja, uma cerveja puro malte é composta pelos ingredientes: água, lúpulo, malte e fermento.
Muitas cervejarias grandes utilizam outras fontes de carboidratos, como milho e arroz, para reduzir os custos da produção da cerveja, por isso cervejas puro malte começaram a se tornar sinônimos de cerveja de qualidade, porém, é importante ressaltar que nem toda cerveja que apresentam outros ingredientes que não os 4 principais são cervejas ruins!
Para entender um pouco mais sobre as cervejas puro malte, é essencial conhecermos a famosa Lei de Pureza Alemã:
Cervejas puro malte e a lei de pureza alemã
Adorada por uns, atacada por outros: assim é a Lei de Pureza Alemã de 1516. Qualquer iniciante a cervejeiro que começa a ler um pouco se depara com este palavrão: Reinheitsgebot.
Cada um fala de um jeito, mas todos sabem que a ela significa quatro palavras mágicas: água, lúpulo, malte e fermento. Mas já foram apenas três palavrinhas, pois as leveduras eram desconhecidas em 1516, ano em que o Duque Guilherme IV, da Baviera, instituiu a lei.
Trata-se de um dos mais antigos tratados alimentares da Europa, e preservou a tradição da cerveja alemã. Esta Lei, por preservar estes ingredientes básicos, é sinônimo de puro malte.
Há, portanto, diversas cervejarias que seguem este padrão, e outras tantas que não fazem. É importante analisar cada caso, pois nem sempre a diferença está em seguir ou não esta lei. Deve-se, também, considerar a história de produção do local e o estilo em questão.
Um fator interessante é que a tal Reinheitsgebot não foi criada pensando em preservar a qualidade da cerveja, apenas. Ela foi instituída com a preocupação, também, de que muito do trigo estava sendo usado para produzir a bebida, e assim, o pão, base da alimentação, estava ficando caro.
Anos depois, o malte de trigo voltou a figurar na Lei de Pureza Alemã.
Outro fator era a utilização de diversas ervas, muitas delas com efeitos psicotrópicos e alucinógenos. O lúpulo era produzido nos mosteiros, exclusivamente, fazendo com que a Igreja passasse a ter o controle sobre quem produzia cerveja.
Quando a Lei de Pureza é importante
Se pensamos nos estilos alemães, principalmente, seguir esta Lei é uma premissa básica. Pensar em pilsens, helles, schwarzbiers e weizens de qualidade é pensar em puro malte. Muitas cervejarias buscaram, fora da Alemanha, formas mais baratas de produzir a bebida, utilizando fontes de carboidratos mais baratas, como milho e arroz, principalmente.
Hoje, as american lagers e light lagers dominam o mercado mundial com leveza e baixo custo.
O malte de cevada, ou trigo, deixa um sabor mais marcante e intenso na cerveja por suas características, enquanto milho e arroz são basicamente fonte de açúcares que serão fermentados e vão virar álcool, deixando pouco sabor residual.
Mais do que isso, por produzir cervejas leves demais, elas se tornam frágeis à ação do tempo e quase sem nenhuma retenção de espuma, precisando utilizar produtos como conservantes e estabilizantes de espuma, não previstos na Lei de Pureza.
Fonte: https://www.hominilupulo.com.br/cultura/cerveja-puro-malte-lei-de-pureza-alema/